terça-feira, 7 de agosto de 2012

As avós

Quando eu era criança, morria de inveja dos amigos que tinham avós de quem gostavam, de quem tinham saudades, com quem ansiavam encontrar-se. Eu imaginava esses encontros como momentos quase mágicos. Com bolos e chá, histórias de tempos passados, o cheiro do assado pela casa, um cobertor quente à beira da lareira e um colo sempre pronto para nos receber.
O tempo passado com as minhas avós não era assim. Nada assim. Eu não gostava de estar na frieza da casa delas, estava sempre pronta para ir embora. Não havia bolos e nem assados. Não havia mimos e nem colo. Não tenho nenhuma boa recordação de nenhuma delas, apenas a sensação que para nenhuma delas eu fui importante.
Hoje, volto a sentir a importância de uma avó na vida de uma criança. Ao ver a minha filha deitada no sofá da avó, enroscada no cobertor amarelo, sei que é muito mais feliz por ter o quente daqueles abraços, aquelas cociguinhas, aqueles bifes com batatas fritas e aquele amor que eu não tive, mas que o vivo através dela.

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