sexta-feira, 30 de novembro de 2012


Não aguento mais. 11h45 e três pães no bucho.

Viver comigo é uma grande trabalheira. Trago gatos abandonados e pulguentos para casa, não pago multas que vão acumulando e acumulando, deixo roupa espalhada pelo sofá, botas no chão e jazem garrafas de água no carro. É preciso uma grande dose de paciência para aturar as minhas irresponsabilidades e tontices. Na verdade, eu sou muito preguiçosa e o lema amanhã eu faço já faz, há muito, parte da minha vida. Eu sou como aquela mulher muito gorda que decide emagrecer e que coloca na mesinha-de-cabeceira um papel a dizer amanhã começo a dieta. O amanhã chega, ela olha para o papel e pensa, pois é, amanhã. E enquanto o amanhã não chega, nunca chega, ela vai comendo, comendo e engordando, engordando. Bem, talvez eu esteja a engordar as minhas pessoas. A engordar a sua paciência. A minha filha manda-me sms para eu não me esquecer das coisas e o meu marido arruma os meus pensos higiénicos. Pois, eu sei, não é bom. E como não há contratos de promessa de responsabilidade/arrumação, servirá o Barriga de Bolacha para assinalar o fim de tantos anos de infantilidade.

Assim, eu, Bolachas, prometo arrumar toda a roupa que desarrumar, todas as botas que calçar, toda a loiça que sujar. Prometo pagar todas as scuts que passar, todas as multas que apanhar.

30 de Novembro de 2012

Assinatura

Bolachas

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Felicidade vem da Monotonia

Em sua essência a vida é monótona. A felicidade consiste pois numa adaptação razoavelmente exacta à monotonia da vida. Tornarmo-nos monótonos é tornarmo-nos iguais à vida; é, em suma, viver plenamente. E viver plenamente é ser feliz.
Os ilógicos doentes riem - de mau grado, no fundo - da felicidade burguesa, da monotonia da vida do burguês que vive em regularidade quotidiana e, da mulher dele que se entretém no arranjo da casa e se distrai nas minúcias de cuidar dos filhos e fala dos vizinhos e dos conhecidos. Isto, porém, é que é a felicidade.
Parece, a princípio, que as cousas novas é que devem dar prazer ao espírito; mas as cousas novas são poucas e cada uma delas é nova só uma vez. Depois, a sensibilidade é limitada, e não vibra indefinidamente. Um excesso de cousas novas acabará por cansar, porque não há sensibilidade para acompanhar os estímulos dela.
Conformar-se com a monotonia é achar tudo novo sempre. A visão burguesa da vida é a visão científica; porque, com efeito, tudo é sempre novo, e antes de este hoje nunca houve este hoje.
É claro que ele não diria nada disto. Às minhas observações, limita-se a sorrir; e é o seu sorriso que me traz, pormenorizadas, as considerações que deixo escritas, por meditação dos pósteros.

Fernando Pessoa, in 'Reflexões Pessoais'


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Claudinha, podes dizer-me como fazes para não espancar toda a gente, não passar o dia a dizer palavrões e como consegues não devorar a comida quando ela te aparece à frente, tão rápido que até ficas mal disposta? É que tenho tentado não comer pão, batatas e arroz, sabes, para ver se fico com a barriga e os braços parecidos com os teus, como tu fazes questão de esfregar na nossa cara em anúncios e participações naquele programa horroroso, o Gosto Disto, e pareço uma bomba relógio.
 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Voltei

Devagarinho, voltamos a nós. As gargalhadas voltam a soltar-se, leves, felizes. Voltamos a queixar-nos do frio, da chuva, da falta de lugares para estacionar o carro. A comida volta a ter sabor. Os beijos voltam a adoçar as noites. A roupa volta a ser colorida. O trabalho volta a fazer sentido. Voltamos a comportar-nos como as duas criançolas que somos. 
É bom estar de volta.


Ricardo, conheces a minha filha?


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Coisas que gosto e não gosto que vou dizer quando o Daniel Oliveira me entrevistar # 11

Gosto de surpresas boas, daquelas que me deixam com um sorriso sincero e largo nos lábios e que duram, assim o espero, toda a vida.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Para ti


Olha lá,
Já se passaram alguns anos
Nem sequer vinhas nos meus planos
Saiste-me a sorte grande
E eu cá vou
Gozando os louros deste achado
Contigo de braço dado para todo o lado
Eu vou até morrer ser teu se me quiseres
Agarrado a ti vou sem hesitar
E se o chão desabar que nos leve aos dois
Vou agarrado a ti
Meu amor na roda da lotaria
Que é coisa escorregadia
Saiste-me a sorte grande
E eu cá vou
À minha sorte abandonado
Contigo de braço dado para todo o lado
Eu vou até morrer ser teu se me quiseres
Agarrado a ti vou sem hesitar
E se o chão desabar que nos leve aos dois
Vou agarrado a ti
Olha lá,
Por mais que passem os anos
Por menos que eu faça planos
Sais me sempre a sorte grande
Agarrado a ti vou sem hesitar
E se o chão desabar que nos leve aos dois
Vou agarrado a ti
vou sem hesitar
E se o chão desabar que nos leve aos dois
Vou agarrado a ti
Vou agarrado a ti
Vou agarrado a ti

Um homem também chora

Eu poderia escrever um texto com palavras bonitas, suaves, mostrando a emotividade que está a transbordar a minha alma. Mas não o vou fazer. Estou indignada com a vida, com o destino, com o que preferirem chamar, e não são palavras bonitas que me apetecem dizer ou escrever. Uma semana depois de enterrar a mãe do meu pai, volto a estar num funeral. O sobrinho do meu sogro e primo do amor da minha vida foi vencido por aquela doença que, quando se morre dela, se diz ser prolongada.
Vejo o meu sogro, um segundo pai para mim, e não, não são só palavras de circunstância, pela primeira vez a chorar. Vejo o amor da minha vida, a minha pessoa, o meu amigo, a confortá-lo num gesto quase desajeitado de quem não está habituado a mimar o pai. Os nossos corações apertam-se, mas as lágrimas são contidas. Tanto eu como o meu marido partilhamos da convicção que as emoções são mostradas um ao outro, sem mais espectadores. Mais à noite vou buscar a minha filha e ela pede-me para pôr a sua música preferida. Acedo. Ai, ai, ai, assim você mata o papai. Ironia do destino. O que fazer. Rio-me com o sentido de humor de Deus, seco as lágrimas que escorreram teimosamente, puro cansaço emocional, e canto com ela:
Vem cá mulher,
Vem cá,dançar,
Comigo agarradinho, vem cá que você vai gostar!
Ah, vai! Isso, assim, vem pra mim
Que delicia, tá gostoso demais
Isso não vai prestar
Beija minha boca

 
Marido, sogrão, bola para a frente que atrás vem gente. Vamos fazer um manguito à morte, que tem visitado as nossas famílias, e cantar com a nossa pequena:
Ai, ai! Ai ai ai ai! Assim você mata o papai
Ai, ai! Ai ai! Que boca gostosa eu quero mais
Ai, ai! Ai ai ai ai! Assim você mata o papai
Ai, ai! Ai ai! Você tá cheirosa demais

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Estou a pensar nisto

"Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o oprimem."
Brecht

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Hoje deu-me para comer isto # 11


Francesinha especial. Não seria nada de mais se não tivesse sido eu a fazê-la. Pois é, salivem-se.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Um homem não chora

A igreja está cheia. Amigos abraçam o meu pai e dizem os meus sentimentos. Ele sorri como quem pede para não o abraçarem, não o mimarem, está tudo bem, obrigado. Depois da missa, a despedida. O meu pai aproxima-se, beija a mãe, rápida e friamente, e retorna ao seu lugar. Alguém lhe pergunta posso fechar, sim, pode. Caminhamos até ao cemítério, um cortejo silencioso, dolorosamente silencioso. Os carros vão parando, não há sons de buzinas e nem de conversas no meio da rua. Todos se calam em sinal de respeito e curiosidade em ver quem está, se sofrem, se choram. Vou olhando para o meu pai, que caminha firmemente atrás do carro funerário, e pensando que em 32 anos nunca o vi chorar. Muito antes do meu marido e da minha filha, era ele o amor da minha vida, um pilar, uma segurança, uma força, um colo. Ao contrário da minha mãe, com quem tantas e tantas vezes inverti e inverto os papéis, o meu pai sempre foi um pai, na maior amplitude que esta palavra pode ter. Sempre foi ele o que cuida e nunca inspirou cuidados. Por isso, esta fragilidade era nova para mim, mas também era nova para ele. Enterramos a mãe do meu pai, voltamos a pé para a igreja e vamos tomar um café, só os dois. Encontramos duas alunas antigas que me dizem o seu pai é o máximo. Pois é.  

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Não ver além do óbvio, por incapacidade ou conveniência, é de uma insensibilidade acutilante.
Uma breve pausa no meu descanso mental só para lembrar o quão conveniente é para os governantes só se estar a falar sobre os episódios de violência e não sobre a greve em si. As televisões, os jornais e as rádios vão na cantiga e o Passos ri, o Relvas ri, o Macedo ri, enquanto o povo fica mal`.
Agora vou continuar a hibernar até segunda-feira, mais coisa, menos coisa.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Conheci muito pouco de ti. Sei que o teu prato preferido era bife com batatas fritas, gostavas de vinho tinto, só andavas de saia, sentavas-te sempre na ponta do sofá, quase a cair, enquanto assistias à Fátima Lopes pensando que vias a Júlia Pinheiro. Lembro-me das Páscoas, sempre na tua casa, com ovos cozidos que o meu irmão fazia questão de partir na minha cabeça, azeitonas e salpicão. Pensar que era muito injusto as minhas primas e o meu irmão receberem os mesmos chocolates quando eu, além de neta, era também afilhada. Os gatos, às dezenas, que alimentavas todos os dias no quintal. Não eras uma mãe meiga e presente e, certamente, também não foste uma avó dedicada, daquelas que sentam os netos no colo, os convidam para almoçar e dão beijos remelados nas bochechas. A única herança que me deixas é o vício pelas bolachas. Em todas as visitas ias à despensa e oferecias-me um pacote, às vezes às escondidas dos meus pais, que se zangavam por eu perder o apetite. Até ao último dia andaste com bolachas no avental, afirmando sempre que não era por comê-las todo o dia que estavas mais gorda.
Hoje desapareceste e deixas húmidos os olhos do meu pai. Nunca os tinha visto assim. E, por ele, ficam tristes os meus também.
A Morte Chega Cedo

A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.

O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.

E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.

Fernando Pessoa, in 'Cancioneiro'


segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sim, eu tenho veneno dentro de mim




Socializar com ou sem filhos?

Ao combinar um jantar de Natal com amigos, colegas e conhecidos, alguém diz: "Ei, vão criancinhas? Não me digam uma coisa dessas". Entre outras barbaridades que para aqui não são chamadas, a pessoa alegava a bons pulmões que jantares com filhos eram uma seca e corriam sempre mal. Pouco me importa a opinião dessa pessoa e, depois de ouvir esta, muito menos, seja qual for o assunto. O que me traz aqui a esta hora é a questão: socializar com filhos ou sem filhos?
Eu gosto de estar com adultos. E gosto de estar com a minha filha. Gosto de estar só com adultos, gosto de estar só com a minha filha e gosto de juntar todos. Para mim, não faz qualquer sentido desmarcar-se um jantar só porque a avó afinal não pode ficar com a menina ou o menino naquela noite. Porque não trazes os teus filhos? Já fiz esta pergunta uma mão cheia de vezes. Até parece que as crianças são umas selvagens e completamente anti-sociais. As crianças são o reflexo da sua educação e o espelho do próprio comportamento dos pais. Não estou a dizer que não seja bom para os pais terem o seu momento, longe disso, mas esta forma de socializar que se instalou, tal clube do Bolinha, criança não entra, faz-me confusão.
Com família angolana, a minha filha está mais do que habituada a dormir em sofás alheios com casacos a tapar o frio, a dançar até às 3h da manhã, às vezes com amigos dos pais e dos avós já com um copo a mais, que a rodopiam pela sala, numa brincadeira saudável e que lhe arranca gargalhadas felizes. Porque a cultura da nossa família não exclui as crianças como se fossem ratos indesejáveis, por outro lado, inclui-as nas conversas e nas horas de lazer. A minha filha vai ao teatro, vai a concertos, vai onde eu tenho a possibilidade de a levar, porque ela não é uma coisa bonita para mostrar e depois mandar dormir. Estou a formar uma cidadã que só irá crescer socializando e, sim, socializando também com adultos.
Ah, e claro que a pessoas que despertou a minha cólera não tem filhos.    
Boa me...da.

Boa, professor Marcelo


sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A Bolachas também quer falar sobre a Isabel Jonet

Confesso que estou confusa, o que, convenhamos, raramente me acontece. Se, por um lado, concordo com isto - Como Isabel Jonet não é uma oradora talentosa nem tem um discurso cívico consistente, a coisa descambou para um conjunto de banalidades moralistas, pensava eu que inócuas, como por exemplo a condenação de idas a «concertos rock» e o facto de os seus filhos lavarem os dentes com a água a correr (bem como alguma coisa sobre Nestum - trazida ao debate por Ana Lourenço - que eu não percebi). O que se passou a seguir é para mim inexplicável. Caiu o Carmo e a Trindade sobre Isabel Jonet, e os acéfalos do costume lançaram-se em campanhas virtuais de «boicote» ao Banco Alimentar. Sim, porque Isabel Jonet é a presidente de uma das instituições que mais tem feito pelo auxílio dos pobres. - a verdade é que também concordo com isto - O Banco Alimentar é uma instituição louvável, sem dúvida. Mas se quem dá a cara por ela é alguém que considera não haver miséria em Portugal, que compara a pobreza das famílias portugueses aos maus hábitos dos seus filhos, alguém que repetiu uma vez mais o insulto de que os "portugueses andaram a viver acima das suas possibilidades", alguém que fala dos pobres como fala, então o Banco Alimentar precisa rapidamente de arranjar outra pessoa para aparecer em público.
Trocando por miúdos, não podemos ter memória de peixe e esquecer o trabalho desenvolvido pelo Banco Alimentar e pela sua presidente ao longo dos últimos anos, mas, também, se uma das mais relevantes instituições portuguesas tem como representante alguém que diz e pensa barbaridades em relação à situação vivida em Portugal, então essa pessoa tem de sair.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Não chores. Nem sempre a vida corre como nós desejamos e as mudanças, às vezes, são difíceis de aceitar, eu sei. Limpa as lágrimas, eu estou aqui, vou estar sempre.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Perguntam-me porque passo tantas horas no ginásio. A minha resposta vai dar a um lugar comum: trato do corpo mas, essencialmente, trato da mente. Naquele espaço e naquele tempo, eu sou apenas eu. Ninguém sabe que sou filha de uma mãe deprimida e de um pai de ideias fixas, irmã de um atleta calado, nora da melhor pessoa da cidade, mulher do homem com um sentido de humor mais apurado que o Ricardo Araújo Pereira, mãe da menina mais bonita e educada do mundo. Lá, ninguém conhece a minha história ou como fui lá parar. Quem gosta de mim, gosta sem ideias pré-concebidas. Quem não gosta, também. E, estranho, mas gosto de pessoas, mesmo muito, também sem conhecer as histórias delas. Calhou de encontrar num ginásio este espaço onde me expresso como indivíduo. Poderia ser noutro lugar qualquer. Mas, ainda bem que não foi. Pelo menos faço abdominais.

Coisas que gosto e não gosto que vou dizer quando o Daniel Oliveira me entrevistar # 10

Gosto quando me arrasto às 7h da manhã para a ginástica, sem vontade nenhuma, cabeça pesada, olhos apenas semi-abertos, cheia de frio, a pensar palavrões quanto baste e a dizer mal da Cláudinha, que de certeza que já acorda maravilhosa e não precisa de se exercitar àquela hora para não ter celulite, e encontro dois amigos, que há meses tento convencer a juntarem-se a mim naquela aula e sempre disseram que eu tinha um parafuso a menos. Gosto quando os amigos combinam fazer-me uma surpresa tão simples e que, ao mesmo tempo, me fez tão feliz.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Eu é que sou a prelesidente da junta

Nova reunião na escola da minha filha. Desta feita, com o director de turma e todos os outros professores (sou representante dos encarregados de educação. Sabemos que a turma é má quando o director de turma nos escolhe, a nós, que nunca somos escolhidas para nada porque temos 32 anos e uma filha de 12 e, mães invejosas, ainda por cima não aparentamos ter 32. 28 e olhe lá. De maneira que todas as mães, desde sempre, olham para nós de lado e acham-nos irresponsáveis prevaricadoras e porque estou a referir-me a mim própria no primeiro nome do plural?). Sinopse da reunião: professores desmotivadíssimos no que diz respeito às condições de trabalho que o governo impõe mas, mesmo assim, empenhados na educação dos seus alunos, um aluno foi parar ao hospital depois de um colega lhe ter pontapeado a cabeça, uma aluna foi retirada aos pais e vai mudar de cidade e de escola, quatro alunos estão a ser acompanhados pela psicóloga por se terem revelado agressivos. Tudo a correr dentro da normalidade, portanto.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Amiga perde namorado que diz estar confuso. Amiga suplica e chora baba e ranho para o namorado não terminar o namoro. O namorado termina o namoro. Amiga tem assuntos pendentes com o agora ex-namorado e combinam encontrar-se. Ex-namorado diz que continua confuso, diz que acha que se vai arrepender de ter terminado o namoro e pede um abraço. Amiga dá abraço. Depois do abraço o ex-namorado diz para não esperar por ele. Amiga diz-lhe que não vai esperar. Mas, nós sabemos, a amiga está à espera.
- MÃÃÃÃÃÃÃÃÃEEE, tirei 100% a físico-química.
- Uau, parabéns. Vou comprar-te um chocolate para comemorar.
- A sério? Então acho que vou tirar sempre 100%.

Comment? Mas afinal bastava eu prometer chocolates, cho-co-la-tes, para tirares boas notas?