quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Houve alguém que escreveu “não há amigos, apenas momentos de amizade”. Bem, se isto é verdade, com vocês, já vivi muitos momentos de amizade. Já nos rimos quase até chorar, já conversámos horas a fio, já nos abraçámos com vontade, já partilhámos amaciadores e escovas para o cabelo, já emprestámos toalhas, já saímos das aulas mais cedo para fazer companhia a alguém que precisava, já fomos testemunhas de uma enternecedora história de amor, já suámos, já ficámos felizes uns pelos outros, já nos sentimos tristes quando o outro está triste, já fizemos surpresas, já sentimos saudades, já dissemos disparates, já acordámos muito cedo para estarmos juntos. Tenho a certeza que, se tudo mudasse, eu mudaria. Sem a vossa presença, sem a vossa companhia, sem estes momentos, a minha vida seria muito menos feliz. Continuaria a beijar o grande amor da minha vida, mas não ouviria as vossas piadas, continuaria a abraçar a minha pequenina, mas não teria os vossos olhares que dizem tudo, continuaria a comer bôlas de carne, mas nenhuma tão saborosa como a que tu fazes, Helena, continuaria a receber prendas, mas nenhuma me emocionaria como a que me ofereceste, Fernando, continuaria a receber telefonemas, mas nenhum que me obrigue a falar em francês e que me arranque gargalhadas só por ouvir alôôô, Gi, continuaria a divertir-me, mas não seria tão criança como sou quando estou contigo, Ana.       

Não. Não são só momentos de amizade.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Ora relembrem-me porque o Natal é bom

Eu detesto dias especiais. O Natal e a Passagem de Ano estão no topo da lista. Com a proximidade destas duas datas, a minha colega de trabalho está infeliz porque o marido recusa-se a separar-se dos pais e há anos que não passa o Natal com a família dela, uma amiga descobriu que o marido teve uma amante durante dois anos e vai passar o Natal com ele porque não sabe se o perdoa ou não, outra amiga está triste porque não se dá bem com a nora e vai passar o Natal separada do filho e dos netos, uma outra amiga estará sozinha com os avós porque o resto da família está em França. Natal? Não gosto. 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Sabes que és viciada em fazer desporto quando sabes que vais estar dez dias sem praticar e, para compensar, na semana anterior, fazes três horas por dia e anseias que passe o Natal e a Passagem de Ano para dares cabo de todas as asneiras que vais cometer.

Todos os homens traem?

É mesmo verdade o que se diz e, a certa altura, todos os homens serão infiéis? É certamente um pré-conceito, mas há homens que, quando descobrimos que traem, não nos admiramos, afinal tinha todo o perfil, pensamos. O pior é quando aquele marido carinhoso, bem-disposto, presente e que nem aos 30 anos chegou confessa que tem uma amante há quase quatro anos. Mas, afinal, os homens que traem não têm todos um perfil de engatatão? Não é comum a todos aquele ar duvidoso, que as mulheres conhecem, de eu chamava-te um figo quando olham para nós? Os maridos que fazem as suas esposas felizes também são capazes de manter uma vida dupla. Quem diria...
Numa noite de quinta-feira, uma mulher espera o seu marido para jantar, uma noite como tantas outras, e recebe um telefonema, temos que conversar. Um dia que vira a vida de alguém do avesso, com vontade de perdoar e esquecer, mas sem saber se consegue, se quer, se pode, se deve. Não, não estou a falar de mim. E embora a compaixão por esta mulher seja imensa, confesso o meu alívio, não, não sou eu, não me está a acontecer a mim, ainda sou feliz.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Estou com uma fome desgraçada. Sem vontade de trabalhar. Muita vontade de dormir. Mas não em qualquer lado. No teu peito. Apetece-me um leite achocolatado. Não posso. Faz-me mal. Bolas. Há meses que não bebo um. Acho que estou com o cabelo oleoso. Espero que não se note. É melhor prendê-lo. Fónix. Não tenho elásticos. Tenho sede. O bar só abre às 16h00. Mas tenho sede. Vou lá fora comprar água. Está a chover a potes. É melhor ficar com sede até às 16h00. Está muito silêncio no meu gabinete. Vou ouvir música enquanto escrevo. Tanta escolha. Vou começar por esta.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A vida dá trabalho. Somos mães, pais, filhos, esposas, maridos, amigos, profissionais. Tudo isto requer tempo e atenção. No meio de tanta azáfama há opções a tomar, prioridades a definir. Sempre tive plena consciência que a minha personagem principal é ser mãe. Dar colo, beijinhos, ralhetes, castigos, conversar, cozinhar, tratar, mimar, educar. A par de ser mãe, está o papel de mulher. Neste momento, ser boa mãe é também dar muito amor e atenção ao meu marido, para que a família, e a minha filha, continue feliz. Cada um terá as suas escolhas e penso que não há nenhuma certa. Mas, quando trocam as minhas prioridades, fico verdadeiramente fula.  

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Sabes que és amada quando as tuas pessoas se oferecem para te acompanhar nos trabalhos que terás de fazer no próximo ano, sabendo que serão horas completamente, totalmente, megamente, idiotamente entediantes.
A sexta-feira não foi para namorar, foi para trabalhar. É realmente abençoado quem diz que faz o que gosta e que, na hora de deixar a família numa sexta à noite para trabalhar, vai satisfeito. Não é o meu caso. Ao longo de um ano vou fazer uma coisa que não gosto, não acredito e que sempre critiquei. Mas, não tendo ganho o Euromilhões, terei que deixar a minha família, o meu ninho, e aturar politiquices baratas.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A única coisa boa que o frio traz é aquele abraço à noite, pele com pele que não gostamos de pijamas a interromper o toque, os cobertores por cima da cabeça, as gargalhadas de felicidade, uma sensação de calor quando enfrentamos 2 graus de temperatura.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

E só porque hoje estou feliz

Peguem lá uma música bonita que só ela.

O poste

O poste continua lá. É curioso como um poste de electricidade marcou o rumo da minha vida por duas vezes. Com quinze anos, o que sabia eu da vida? Apenas que estava apaixonada por ti. Que, por mais anos que passassem, eu continuaria apaixonada. Isso eu sabia. Levavas-me a casa e paramos naquele poste. Gostas de mim?, perguntaste. Sem coragem de dizer que sim, claro que gostava, gostava muito, devolvi-te a pergunta, e tu? Gostas de mim? Propuseste que escrevessemos num papel a resposta. Respirei fundo e escrevi sim. Fechei os olhos, coração acelerado, pedi muito, mas abri o teu papel e lá estava a palavra que mais me custou ler até hoje, não. Os nossos mundos separaram-se, mas eu continuei sempre apaixonada. E continuei, e continuei, e continuei... Treze anos depois, naquele poste, outro papel, queres casar comigo? A resposta, essa, continuava a mesma, sim, quero, quero muito.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eu - Gostas desta camisola para ti?
Filha - (a passar a mão na camisola) Ó mãe, sabes que não gosto muito disto aqui.
Eu - Mas, disto o quê?
Filha - De lã.

A minha filha é, oficialmente, a pessoa mais calorenta que existe.