"Não sou nada. Nunca serei nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo". Fernando Pessoa
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Perguntam-me porque passo tantas horas no ginásio. A minha resposta vai dar a um lugar comum: trato do corpo mas, essencialmente, trato da mente. Naquele espaço e naquele tempo, eu sou apenas eu. Ninguém sabe que sou filha de uma mãe deprimida e de um pai de ideias fixas, irmã de um atleta calado, nora da melhor pessoa da cidade, mulher do homem com um sentido de humor mais apurado que o Ricardo Araújo Pereira, mãe da menina mais bonita e educada do mundo. Lá, ninguém conhece a minha história ou como fui lá parar. Quem gosta de mim, gosta sem ideias pré-concebidas. Quem não gosta, também. E, estranho, mas gosto de pessoas, mesmo muito, também sem conhecer as histórias delas. Calhou de encontrar num ginásio este espaço onde me expresso como indivíduo. Poderia ser noutro lugar qualquer. Mas, ainda bem que não foi. Pelo menos faço abdominais.
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