sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A Bolachas também quer falar sobre a Isabel Jonet

Confesso que estou confusa, o que, convenhamos, raramente me acontece. Se, por um lado, concordo com isto - Como Isabel Jonet não é uma oradora talentosa nem tem um discurso cívico consistente, a coisa descambou para um conjunto de banalidades moralistas, pensava eu que inócuas, como por exemplo a condenação de idas a «concertos rock» e o facto de os seus filhos lavarem os dentes com a água a correr (bem como alguma coisa sobre Nestum - trazida ao debate por Ana Lourenço - que eu não percebi). O que se passou a seguir é para mim inexplicável. Caiu o Carmo e a Trindade sobre Isabel Jonet, e os acéfalos do costume lançaram-se em campanhas virtuais de «boicote» ao Banco Alimentar. Sim, porque Isabel Jonet é a presidente de uma das instituições que mais tem feito pelo auxílio dos pobres. - a verdade é que também concordo com isto - O Banco Alimentar é uma instituição louvável, sem dúvida. Mas se quem dá a cara por ela é alguém que considera não haver miséria em Portugal, que compara a pobreza das famílias portugueses aos maus hábitos dos seus filhos, alguém que repetiu uma vez mais o insulto de que os "portugueses andaram a viver acima das suas possibilidades", alguém que fala dos pobres como fala, então o Banco Alimentar precisa rapidamente de arranjar outra pessoa para aparecer em público.
Trocando por miúdos, não podemos ter memória de peixe e esquecer o trabalho desenvolvido pelo Banco Alimentar e pela sua presidente ao longo dos últimos anos, mas, também, se uma das mais relevantes instituições portuguesas tem como representante alguém que diz e pensa barbaridades em relação à situação vivida em Portugal, então essa pessoa tem de sair.

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