quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O mesmo local, papéis tão diferentes

Entro na escola que frequentámos, onde te vi pela primeira vez, e sorrio. Tento viajar no tempo, voltar aos onze anos, sentir aquelas emoções. Sorrio de novo. Que mania temos nós de achar que na infância é que era, tanta brincadeira, tantas bolachas sem consequências, tanto ranho mas tanta felicidade. Lá por isso nunca achei graça à Caderneta de Cromos. Não sou pessoa de passado, para o bem e para o mal. Não posso ser. Hoje é que é.
Mas ao entrar naquela escola, estranho. Hoje já não é a nossa escola. É a escola da nossa filha e eu entro como mãe, encarregada de educação, acreditas? Vou reclamar, barafustar, falar com a directora, porque não há professores ainda, que país é este, e então a segregação das crianças em turmas de filhos de pessoas conhecidas da terra e os outros, e a minha filha pertence aos outros. O tempo passou, os papéis mudaram. E vai ser a frase mais lamechas de todo este blog, mas hoje sou imensamente mais feliz do que há vinte anos atrás.

 

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