terça-feira, 12 de março de 2013

Sou obcecada

Por nada em particular. Isto funciona mais ou menos por fases. Já fui obcecada em me casar, já fui obcecada em ter filhos, já fui obcecada em ter o corpo igualzinho ao da Cláudia Vieira e ultimamente sou obcecada pela escola, professores e colegas da minha filha. Funciono por objetivos e sem eles a minha vida não faz qualquer sentido. Sou capaz de ter a mesma conversa com dez pessoas diferentes como se fosse a primeira vez que falo no assunto. Com o mesmo entusiasmo, a mesma emoção, como se aquelas palavras estivessem a ser sentidas pela primeira vez. Para os de fora, as minhas obsessões não constituem nenhum drama, já o mesmo não se pode dizer para os de casa. As minhas obsessões são chatas. Eu sou chata. Sou capaz de falar o dia todo sobre a minha obsessão do momento e todos os assuntos vão dar "ao" assunto.
O bom disto é que não é eterno e nem sequer é preciso concretizar o meu objectivo para, da noite para o dia, eu arranjar outra qualquer obsessão para meu bel-entretenimento. Ando meses com a foto da Cláudinha no frigorífico, investigo entrevistas, artigos, ansiosa por saber o segredo. Até que um dia me apetece um kinder bueno, iguaria na qual também sou obcecada, e penso que se lixe, e nunca mais volto a pensar na Cláudia. Falo em ter filhos todo o santo dia. O meu marido implora-me para o deixar em paz. Não deixo. Até que há um clique qualquer na minha cabeça e eu deixo, não só de falar, como de pensar no assunto. E se essa antiga obsessão volta à baila, mudo de tema mais rápido que o João Ricardo põe a mão em qualquer moça do Vale Tudo.
Por isso, aqui me penitencio e peço já muitas desculpas à minha mui amada família por futuras estranhas obsessões que podem - e vão - surgir nos próximos 60 anos que pretendo andar por cá.   

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