Por nada em particular. Isto funciona mais ou menos por fases. Já fui obcecada em me casar, já fui obcecada em ter filhos, já fui obcecada em ter o corpo igualzinho ao da Cláudia Vieira e ultimamente sou obcecada pela escola, professores e colegas da minha filha. Funciono por objetivos e sem eles a minha vida não faz qualquer sentido. Sou capaz de ter a mesma conversa com dez pessoas diferentes como se fosse a primeira vez que falo no assunto. Com o mesmo entusiasmo, a mesma emoção, como se aquelas palavras estivessem a ser sentidas pela primeira vez. Para os de fora, as minhas obsessões não constituem nenhum drama, já o mesmo não se pode dizer para os de casa. As minhas obsessões são chatas. Eu sou chata. Sou capaz de falar o dia todo sobre a minha obsessão do momento e todos os assuntos vão dar "ao" assunto.
O bom disto é que não é eterno e nem sequer é preciso concretizar o meu objectivo para, da noite para o dia, eu arranjar outra qualquer obsessão para meu bel-entretenimento. Ando meses com a foto da Cláudinha no frigorífico, investigo entrevistas, artigos, ansiosa por saber o segredo. Até que um dia me apetece um kinder bueno, iguaria na qual também sou obcecada, e penso que se lixe, e nunca mais volto a pensar na Cláudia. Falo em ter filhos todo o santo dia. O meu marido implora-me para o deixar em paz. Não deixo. Até que há um clique qualquer na minha cabeça e eu deixo, não só de falar, como de pensar no assunto. E se essa antiga obsessão volta à baila, mudo de tema mais rápido que o João Ricardo põe a mão em qualquer moça do Vale Tudo.
Por isso, aqui me penitencio e peço já muitas desculpas à minha mui amada família por futuras estranhas obsessões que podem - e vão - surgir nos próximos 60 anos que pretendo andar por cá.
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