terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O poste

O poste continua lá. É curioso como um poste de electricidade marcou o rumo da minha vida por duas vezes. Com quinze anos, o que sabia eu da vida? Apenas que estava apaixonada por ti. Que, por mais anos que passassem, eu continuaria apaixonada. Isso eu sabia. Levavas-me a casa e paramos naquele poste. Gostas de mim?, perguntaste. Sem coragem de dizer que sim, claro que gostava, gostava muito, devolvi-te a pergunta, e tu? Gostas de mim? Propuseste que escrevessemos num papel a resposta. Respirei fundo e escrevi sim. Fechei os olhos, coração acelerado, pedi muito, mas abri o teu papel e lá estava a palavra que mais me custou ler até hoje, não. Os nossos mundos separaram-se, mas eu continuei sempre apaixonada. E continuei, e continuei, e continuei... Treze anos depois, naquele poste, outro papel, queres casar comigo? A resposta, essa, continuava a mesma, sim, quero, quero muito.

1 comentário:

Marisa disse...

Que história bonita