segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Entro na sala e procuro um lugar para me sentar. Escolho um sítio discreto, próximo da porta. A Maria Teresa Horta senta-se numa cadeira à minha frente. Minutos depois, é a vez de José Carlos de Vasconcelos sentar-se ao meu lado. Páro imediatamente de mexer no telemóvel, não vá ele pensar que sou uma daquelas miúdas que durante um espectáculo actualiza o perfil do facebook. Não José. Eu nem sequer tenho facebook. Espera. Ele está a chamar alguém. Há um lugar junto a esta menina, diz. A senhora sorri-me e pede licença. É a Carmen Dolores. Fico eu ali, sentada no meio dos dois e com a Maria Teresa Horta no lugar à minha frente. Os três conversam como se eu não estivesse ali. Não por me ignorarem, mas porque estão completamente descontraídos. Permaneço imóvel e tento fazer um ar inteligente. Descanso os braços no meu colo? Cruzo-os? Prendo o cabelo e coloco os óculos? Caramba, deixei-os em casa e pareço muito mais intelectual com eles. Para que vim eu de mini-saia? Ninguém de mini-saia parece inteligente, que tiro ao lado.  

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