terça-feira, 26 de março de 2013

Gostava de dar porrada em certas pessoas e depois voltar atrás. Satisfazer esta minha necessidade e continuar com a minha vida como se nada fosse. Dar uma marretada bem forte na cabeça de alguns colegas, um beliscão e um puxão de cabelos a certos familiares, uma estalada bem dada a pessoas que vão passando pelos meus dias e, simplesmente, fazer um rewind e regravar outra cena por cima, mas guardando aquela sensação de dever cumprido, de justiça feita.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Quando não há nada a dizer, o melhor é estar calada. E esta semana, o pouco que tive para partilhar era mau. Maus colegas, mau ambiente de trabalho, mau tempo, mau estado de espírito. Por isso, o melhor foi mesmo estar calada. Esta semana começa... tchan tchan tchan tchan... Com uma má notícia. Estão a ver o padrão?

quinta-feira, 14 de março de 2013

Ok, ok, o novo Papa é argentino e jesuíta mas...

... o pai é italiano, ele estudou na Alemanha e é contra a contracepção, o casamento homossexual e o aborto, mesmo em casos de violação.
Posto isto, o que raio interessa ele ser argentino?

terça-feira, 12 de março de 2013

Sou obcecada

Por nada em particular. Isto funciona mais ou menos por fases. Já fui obcecada em me casar, já fui obcecada em ter filhos, já fui obcecada em ter o corpo igualzinho ao da Cláudia Vieira e ultimamente sou obcecada pela escola, professores e colegas da minha filha. Funciono por objetivos e sem eles a minha vida não faz qualquer sentido. Sou capaz de ter a mesma conversa com dez pessoas diferentes como se fosse a primeira vez que falo no assunto. Com o mesmo entusiasmo, a mesma emoção, como se aquelas palavras estivessem a ser sentidas pela primeira vez. Para os de fora, as minhas obsessões não constituem nenhum drama, já o mesmo não se pode dizer para os de casa. As minhas obsessões são chatas. Eu sou chata. Sou capaz de falar o dia todo sobre a minha obsessão do momento e todos os assuntos vão dar "ao" assunto.
O bom disto é que não é eterno e nem sequer é preciso concretizar o meu objectivo para, da noite para o dia, eu arranjar outra qualquer obsessão para meu bel-entretenimento. Ando meses com a foto da Cláudinha no frigorífico, investigo entrevistas, artigos, ansiosa por saber o segredo. Até que um dia me apetece um kinder bueno, iguaria na qual também sou obcecada, e penso que se lixe, e nunca mais volto a pensar na Cláudia. Falo em ter filhos todo o santo dia. O meu marido implora-me para o deixar em paz. Não deixo. Até que há um clique qualquer na minha cabeça e eu deixo, não só de falar, como de pensar no assunto. E se essa antiga obsessão volta à baila, mudo de tema mais rápido que o João Ricardo põe a mão em qualquer moça do Vale Tudo.
Por isso, aqui me penitencio e peço já muitas desculpas à minha mui amada família por futuras estranhas obsessões que podem - e vão - surgir nos próximos 60 anos que pretendo andar por cá.   

Queridos amigos


Como todos sabem, a minha capacidade atlética é imensa. Foi com muito agrado que recebi o vosso convite para participar no Trilho Muito Difícil (não estou a inventar nada. É mesmo assim que se chama. Vão ver o regulamento). No entanto, encontro-me com uma tendinite, facto que me fez pensar seriamente se a atitude mais inteligente a tomar seria acompanhar-vos nessa que será uma agradável experiência pelo seio da montanha.

Ora, dizia eu, a minha capacidade atlética é imensa, como todos podem comprovar em todas as aulas. Ela é burpees, ela é alteres de cinco quilos, ela é saltos por cima de dois steps, enfim, uma série de exercícios que só os melhores conseguem fazer. Mas, esta capacidade não altera o facto de eu ter os pés pequenos. Pois é. Ninguém é perfeito e sei que todos pensam há largos meses qual seria a minha imperfeição. Pois que é essa. Calço 34/35, números que não são correctamente proporcionais ao corpo espadaúdo e musculado que possuo. Isto faz com que o meu equilíbrio seja pouco, muito pouco meus amigos. De bicicleta caio parada, caio nas escadas em frente ao chefe, caio nas passadeiras a atravessar estradas, caio em todo o lado. Tudo porque tenho os pés pequenos.

Outro factor que me faz pensar se devo acompanhar-vos, é que sou luso-brasileira. Pois é, não tenho o rabo para comprová-lo, mas a minha certidão de nascimento diz que sim. Sou metade, metade e a metade do meu rabo é do meu pai, português portanto. Este factor faz com que eu não retire especial prazer em apanhar chuva na cara, a tal metade carioca que só está bem quando estão 25 graus, vá. Digam que sou maluca, mas andar à chuva cinco horas seguidas é coisa que não gosto, pronto.

Tendo em conta todos estes poderosos argumentos, tenho a dizer que acompanhar-vos-ei...

 

... no Verão.

 

 

Peço que me compreendam. Sei que não vai ser a mesma coisa sem mim. Mas sejam fortes. Estarei a pensar em vocês, em minha casa, com os aquecedores ligados e abraçada à minha família. Mas acreditem que fico com pena. Estava ansiosa por andar DE-ZAS-SÉIS QUI-LÓ-ME-TROS à chuva no meio da montanha, mas a tendinite, os pés pequenos e a costela brasuca impedem-me.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Morrer de Amor

Morrer de amor
ao pé da tua boca

Desfalecer
à pele
do sorriso

Sufocar
de prazer
com o teu corpo

Trocar tudo por ti
se for preciso

Maria Teresa Horta, in “Destino”


sexta-feira, 8 de março de 2013

Correu bem


Top of the world

Que horas são? 15h17? O que vou ouvir para passar o tempo mais rápido?


Estarás nervosa? Não fiques. Para mim estarás sempre no top of the world.
As borboletas voam na minha barriga. Nunca mais são 16h30. É melhor ir tomar café. Não, é melhor não. Que horas são? 14h53? Obrigada. Então e este tempo, hum? Está Inverno, não está? Tem horas? 14h54? Obrigada. Com que então o Chávez embalsamado? Esta gente inventa cada uma. Que horas é que disse que são? 14h55? Obrigada.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Sabes que os teus colegas compreendem as tuas enxaquecas quando as persianas do teu escritório (qua partilhas com mais quatro pessoas) estão fechadas, as luzes estão apagadas e todos estão em silêncio. São 16h20 e há luz lá fora, mas no meu gabinete já é noite.

terça-feira, 5 de março de 2013

Não te interessam as manifestações, os blogues com comentários trengos e descabidos sobre as roupas das passadeiras vermelhas, os filmes e actores que levaram a estatueta para casa, a doença do Chávez, o filme idiota, ridículo e insultuoso do Turismo de Portugal, o desaparecimento do Cavaco Silva. Interessam-te as coordenadas geográficas, as placas tectónicas, a Grécia Antiga, as capitais europeias, Habla usted español? Tenho feito as minhas próprias - solitárias - manifestações, tenho ouvido comentários trengos e descabidos sobre educação, tenho visto representações merecedoras de estatuetas e comportamentos idiotas, ridículos e insultuosos de professores, pais e alunos, o desaparecimento da direcção da escola, assobiando para o lado como se nada se passasse.