Para a minha filha decorar as capitais europeias, faço várias analogias. Letónia é Antónia, Riga é barriga, entre outras. Ontem perguntei-lhe qual é a capital da Hungria, cuja analogia era sangria. Resposta:
- Enxaqueca.
"Não sou nada. Nunca serei nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo". Fernando Pessoa
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Maria do Rosário Pedreira
Ouvir a Maria do Rosário Pedreira faz-me sentir muito estúpida. Poderia ouvi-la durante horas. E o seu retrato de família, no Correntes d'Escritas, foi dos momentos mais marcantes para mim desde que assisto a estas Mesas, há mais de seis anos.
Aqui, mostro um dos meus poemas e uma das minhas músicas preferidas, ambos escritos por ela.
Lembrava-se dele e, por amor, ainda que pensasse
em serpente, diria apenas arabesco; e esconderia
na saia a mordedura quente, a ferida, a marca
de todos os enganos, faria quase tudo
por amor: daria o sono e o sangue, a casa e a alegria,
e guardaria calados os fantasmas do medo, que são
os donos das maiores verdades. Já de outra vez mentira
e por amor haveria de sentar-se à mesa dele
e negar que o amava, porque amá-lo era um engano
ainda maior do que mentir-lhe. E, por amor, punha-se
a desenhar o tempo como uma linha tonta, sempre
a caira da folha, a prolongar o desencontro.
E fazia estrelas, ainda que pensasse em cruzes;
arabescos, ainda que só se lembrasse de serpentes.
Maria do Rosário Pedreira
Letra de Maria do Rosário Pedreira
Aqui, mostro um dos meus poemas e uma das minhas músicas preferidas, ambos escritos por ela.
Lembrava-se dele e, por amor, ainda que pensasse
em serpente, diria apenas arabesco; e esconderia
na saia a mordedura quente, a ferida, a marca
de todos os enganos, faria quase tudo
por amor: daria o sono e o sangue, a casa e a alegria,
e guardaria calados os fantasmas do medo, que são
os donos das maiores verdades. Já de outra vez mentira
e por amor haveria de sentar-se à mesa dele
e negar que o amava, porque amá-lo era um engano
ainda maior do que mentir-lhe. E, por amor, punha-se
a desenhar o tempo como uma linha tonta, sempre
a caira da folha, a prolongar o desencontro.
E fazia estrelas, ainda que pensasse em cruzes;
arabescos, ainda que só se lembrasse de serpentes.
Maria do Rosário Pedreira
Letra de Maria do Rosário Pedreira
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Das mãos desse senhor não receberia uma côdea de pão, mesmo que estivesse a passar fome.
Maria Teresa Horta, sobre não ter aceitado o Prémio D. Dinis das mãos de Pedro Passos Coelho.
Entro na sala e procuro um lugar para me sentar. Escolho um sítio discreto, próximo da porta. A Maria Teresa Horta senta-se numa cadeira à minha frente. Minutos depois, é a vez de José Carlos de Vasconcelos sentar-se ao meu lado. Páro imediatamente de mexer no telemóvel, não vá ele pensar que sou uma daquelas miúdas que durante um espectáculo actualiza o perfil do facebook. Não José. Eu nem sequer tenho facebook. Espera. Ele está a chamar alguém. Há um lugar junto a esta menina, diz. A senhora sorri-me e pede licença. É a Carmen Dolores. Fico eu ali, sentada no meio dos dois e com a Maria Teresa Horta no lugar à minha frente. Os três conversam como se eu não estivesse ali. Não por me ignorarem, mas porque estão completamente descontraídos. Permaneço imóvel e tento fazer um ar inteligente. Descanso os braços no meu colo? Cruzo-os? Prendo o cabelo e coloco os óculos? Caramba, deixei-os em casa e pareço muito mais intelectual com eles. Para que vim eu de mini-saia? Ninguém de mini-saia parece inteligente, que tiro ao lado.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Não gosto nada de dias especiais
e certamente não preciso de um Dia dos Namorados para dizer o que sinto, mas pronto, meu garanhãozinho, sabes que bates forte cá dentro.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Filha poliglota
A ver o programa Vale Tudo:
Filha - Ó mãe, porque é que a Rita Ferro Rodrigues tem uma camisola a dizer moi (de moer)?
Eu - ...
...
...
...
...
...
Conclusão: tenho de a pôr no francês.
Filha - Ó mãe, porque é que a Rita Ferro Rodrigues tem uma camisola a dizer moi (de moer)?
Eu - ...
...
...
...
...
...
Conclusão: tenho de a pôr no francês.
Ok, a perna é jeitosa, mas é preciso isto?
Ah e tal, enquanto a Adele discursa eu finjo que estou a ouvir atentamente quando na verdade estou apenas concentrada em pôr o pernil de fora e fazer força para que pareça que tenho mais músculo do que na realidade tenho.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Uma semana a tentar resolver os problemas na turma da minha filha. Uma semana com direito a enxaqueca, a discussões com professores, com directores da escola. Uma semana frustrante, vazia em soluções, desesperante. Educar é difícil, quando não se conta com a colaboração do sistema educativo torna-se uma tarefa ingrata.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Amigo
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
Estou a calmantes
A minha filha vai a Lisboa amanhã com a escola. 300 quilómetros de viagem para lá, 300 para cá, mais não sei quantas horas com centenas de outras crianças. É duro, digo-vos, é duro.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
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